"Amor & Liberdade -Talvez nunca tenha amado de fato"

Outro dia vi uma cena de novela em que um casal, que dizia se amar, discutia a possibilidade de continuar junto e debaixo do mesmo teto.
E como sempre, a mulher mais sabiamente (pois é de sua natureza) percebeu através de algumas atitudes e comportamentos do parceiro que ele não estava feliz e, consequentemente, ela também não.
Ambos, apesar de se gostarem, atribuíam à felicidade significados diferentes.
Ela, como a maioria das mulheres, queria uma união estável, uma vida a dois em comum; ele, por outro lado, e apesar de ter tentado, não podia mais fugir a sua natureza de homem livre, independente em todos os aspectos, com total autonomia para ir e vir, fazer o que quiser na hora que bem entender, sem ter que dar satisfação de nada a ninguém.
Homens como esse dificilmente se entregam de fato ou se aprofundam nas relações.
Apaixonar-se é sinônimo de desordem, perturbação, desejar o desejo do outro.
Amar alguém é um convite para sair de si mesmo e perceber o apelo do outro. Se o outro estiver muito centrado em si mesmo ( ou se sempre esteve)  não será capaz de ouvir esse apelo.
Mesmo porque amar é correr riscos, principalmente o risco da separação, de perder a quem se ama.
Ou, em última instância, é a vivência da morte do outro em minha consciência e vice-versa. Portanto um dos riscos implica em sofrimento.
Mário Quintana poetizou : "Tão bom morrer de amor e continuar vivendo."
De certa forma, vive mais intensamente quem se arrisca mais, quem permite que haja uma troca de experiências significativas; quem de fato está com alguém não numa relação de contiguidade mas num encontro verdadeiro, onde um estimula o outro a ser uma pessoa melhor, acrescentando e enriquecendo à existência de ambos.
Edgar Morin, pensador françês, disse: " O segredo da juventude é este: vida quer dizer arriscar-se à morte; fúria de viver quer dizer viver a dificuldade." Ou seja, sair da zona de conforto.
Eu diria que este não é somente o segredo da juventude mas do amor também. E já que vida é única e passageira e a finitude inexorável, por que não reavaliar comportamentos e escolhas?
Afinal, o que é a vida senão o amor ?!

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