Quem és tu? (In memoriam)

Tão sublime e implacável...
És um sopro ininterrupto de duração determinada
És brisa que embala as verdes folhas...
E num instante não és mais nada
És orvalho a lacrimejar sobre pétalas aveludadas
Em manhã de inverno gelada...
Tua linha é tão tênue e incerta
Que despertas as mais profundas indagações
Tua face por vezes doce e tranquila
Outras, turbulenta e impiedosa
Teu caminhar segue o curso de um rio
Num percurso sem volta
Tuas curvas sinuosas e repentes de cheia...
Tempestades intempestivas e tardes de calmaria
Tens a cor do teu pintor!
 Mas para muitos, não tens colorido algum...
Tão comemorada é tua chegada
E quase sempre, funesta tua partida
E assim teu caminho segues ...teu destino trilhas...
Assim és tu, Vida...

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