"Após o assalto, fui dançar"
Bem que minha irmã me alertou..."Não sei como você não foi assaltada até agora, subindo a Senador (rua onde moro) ás 22:00 da noite!"
E lá fui eu! Despreocupada mas atenta, subi a Senador ás 22:00 horas de sábado, como de costume,em direção ao metrô Luz (entrada da Av. Prestes Maia) com destino ao Zais, a casa mais dançante de  São Paulo!
Ao descer as escadas da estação, já dentro do metrô, parei para recarregar o bilhete de estudante da minha filha em uma das máquinas disponíveis, local onde não havia ninguém.
"_ Sem escândalo, fica quietinha e me passa teu celular senão te furo todinha", disse uma voz feminina enquanto eu acabava de fechar a bolsa.
Assustada, virei e me deparei com uma moça jovem, de boné, com uma das mãos embaixo da camiseta apontando pra mim, enquanto me encarava esperando que eu desse meu celular.
Naquele instante meu primeiro pensamento foi: acho que ela não está armada. E em seguida: não vou dar meu celular! (Reação idiota nos dias atuais mas nem por isso ilegítima!)
Mesmo nervosa, tentei desconversar querendo ganhar tempo pra ver se aparecia alguém e pra ter certeza de que ela não possuía arma alguma. E, para minha sorte, não tinha mesmo!
Percebendo que eu não entregaria de livre e espontânea vontade, a mulher de chinelo, vestida singelamente e visivelmente mais forte do que eu, puxou minha bolsa, arrebentando a alça , o que fez com ela caísse no chão, abrindo o fecho de pressão e cuspindo  meu telefone móvel.
Sem titubear e rapidamente, a agressora pegou o aparelho e saiu correndo, deixando para trás seu par de chinelos vermelhos...
Fui tomada por uma sensação de raiva, ódio e  impotência!
Fiquei ali parada sem reação, como que me recompondo do ocorrido, quando vejo dois rapazes descendo a escada rolante.
Contei a eles o que havia acontecido em tom de alívio e desabafo.
Um deles me disse: " _ Ah isso é normal, não esquenta. Ainda bem que ela não te machucou!"
Pensei comigo: isso é normal?!?
Ok, da próxima vez devo agir da seguinte maneira: "_ Oi, tudo bem?Você veio me roubar não é mesmo? Já esperava! Toma o celular que eu comprei o dinheiro que ganho trabalhando honestamente, cinco dias por semana, oito horas por dia!"
Um dos rapazes se ofereceu para ir atrás da ladra ou me acompanhar até em casa. Eu não quis, afinal de que adiantaria? Ela já devia estar bem longe dali e voltar pra casa só me deixaria mais "P" da vida.
Então, depois do assalto, fui dançar! (Dessa vez, literalmente...)

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